segunda-feira, 14 de março de 2011

INVULNERÁVEL




Quando dos carnavais da raça humana
forem caindo as máscaras grotescas
e as atitudes mais funambulescas
se desfizerem no feroz Nirvana;

quando tudo ruir na febre insana,
nas vertigens bizarras, pitorescas
de um mundo de emoções carnavalescas
que ri da Fé profunda e soberana;

vendo passar a lúgubre, funérea
galeria sinistra da Miséria,
com as máscaras do rosto desoladas;

tu que é o deus, o deus invulnerável,
resiste a tudo e fica formidável,
no silêncio das noites estreladas!


SILVEIRA, Tasso da (org.). CRUZ E SOUSA - poesia. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1986, p. 81-82.