terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O menino do dedo verde - fragmentos




É preciso acontecimentos extraordinários para que se deem férias às crianças. uma cadeia que floresce desperta sem dúvida uma grande surpresa; mas a gente logo se habitua,  e acaba achando natural que um gigantesco jardim se eleve em lugar de muros cinzentos. 
A gente se habitua a tudo, mesmo às coisas mais estranhas. 
[...]

"Para esta menina sarar, pensava ele, é preciso que ela deseje ver o dia seguinte. Uma flor, com sua maneira de abrir-se, de improvisar surpresas, poderia talvez ajudá-la. .. Uma flor que cresce é uma verdadeira adivinhação, que recomeça cada manhã. Um dia ela entreabre um botão, um outro desfralda uma folha mais verde que uma rã, num outro desenrola uma pétala... Talvez esta menina esqueça a doença, esperando cada dia uma surpresa..."

DRUON, Maurice. O menino do dedo verde. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.