domingo, 21 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
MOVIMENTO DO INCERTO - Delvanir Lopes
Deixar-se
na escuridão findar e não querer
a luz do novo
é o cego que não se permite ver,
o sedento que não quer água
ou o faminto que morre diante do alimento.
Solidão com os seus
não se desfaz com o desejo,
mas a busca do movimento
para alcançar o sol
é que dá sentido à mudança.
Cadáver que renasce,
silhueta se definindo com a claridade,
são os passos em
direção ao novo.
Superação do querer.
Escuridão que quer ser luz,
água que quer aniquilar sequidão,
alimento que quer ser corpo.
Movimento do incerto.
Delvanir Lopes. In
Delvanir Lopes. In
Ponte do Tal Vez, p. 52
sexta-feira, 19 de junho de 2009
PENSEI NA LUZ DO SOL - Delvanir Lopes
Pensei na luz do sol
Que se banhava em minha tez
E na flor que impregnou seu perfume
Em cada parte de meu ser.
Oh sutil favônio
Que foges da minha mão
E escapas do meu olhar,
Prende com tuas garras frágeis
Em mim a felicidade!
Pensei em paisagens longas
Que meus olhos não foram capazes de ver
E nas inúmeras sensações que tive
Ao tocar, ainda que pouco, tua presença.
Oh aragem que, sem direção,
Me levas tão perto de mim
E mostras o profundo que não sei
Ao achar que me conheço!
São sons, delícias, visões,
Que não fiz nem provei.
São ilusões que o vento transporta
Em tua carruagem.
Oh luz que penetras o sonho -
Escuridão, que morres e tudo mostras -
Traze em teu hálito de fogo
As sementes do meu porvir!
Delvanir Lopes. In
Favônio, p. 17-18
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