Escher - 1953 - Relativity
Os olhos
silenciosos da noite espiavam de longe
as sombras
do labirinto:
suas
antigas paredes sinuosas
cercando
caminhos,
apontando
tantas direções.
Só uma
chegada
para uma
única partida.
Caminho
que se desenha quando o passo é dado,
sempre
incerto,
sempre
necessário.
As vozes
presas nos muros tão altos
confundiam
quem tateava cada centímetro escuro,
guiavam
quem,
sem
esperança,
parava
pela estrada,
entre
pedras e espinhos.
Os olhos
frios da noite não fecham,
viajam
entre as colunas densas do labirinto
que se
desdobra e confunde
em sombras
e luzes que alternam e misturam
ventos e
cheiros,
desejos e
planos,
sentidos,
memórias e tempos.
Só uma
partida
para uma
única chegada.
LOPES, Delvanir. Labirintos. In jardim de Concisos. Bookess: Florianópolis, 2015, p. 39.
Nenhum comentário:
Postar um comentário