Louvar o ventre que me gerou,
o orixá que me tomou,
e a mão da doçura de Oxum que consagrou.
Louvar a água de minha terra,
o chão que me sustenta, o palco, o massapê,
a beira do abismo,
o punhal do susto de cada dia.
Agradecer as nuvens que logo são chuva,
sereniza os sentidos
e ensina a vida a reviver.
Agradecer os amigos que fiz
e que mantêm a coragem de gostar de mim, apesar de mim…
Agradecer a alegria das crianças,
as borboletas que brincam em meus quintais reais ou não.
Agradecer a cada folha, a toda raiz, as pedras majestosas
e as pequeninas como eu, em Aruanda.
Agradecer o sol que raia o dia
e a lua que como o menino Deus espraia luz
e vira os meus sonhos de pernas pro ar.
Agradecer as marés altas
E também aquelas que levam para outros costados todos os males.
Agradecer a tudo que canta livre no ar,
Dentro do mato sobre o mar,
as vozes que soam de cordas tênues e partem cristais.
Agradecer aos senhores que acolhem e aplaudem esse milagre.
Agradecer
ter o que agradecer.
Louvar e abraçar!
álbum - Agradar e agradecer - 2015
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