sexta-feira, 18 de maio de 2012

MORS


Nesse risonho lar,
a dor caiu neste momento,
como se fosse a chuva, o vento,
o raio, e bate sem cessar...
Bate e estala,
como uma louca,
de boca em boca,
de sala em sala...
somente tu, flor delicada,
como quem veio
fatigada
de um passeio,
tombaste ali, silenciosa,
sobre o sofá,
no abandono,
pálida rosa,
de um longo sono,
de que ninguém te acordará!


PERNETA, Emiliano. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1960, p. 35-36.

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