sábado, 8 de março de 2025

Evangelium secundum Ioannem, 6



 Evangelium secundum Ioannem, 6

1.post hæc abiit Jesus trans mare Galilææ quod est Tiberiadis

2.et sequebatur eum multitudo magna quia videbant signa quæ faciebat super his qui infirmabantur

3.subiit ergo in montem Jesus et ibi sedebat cum discipulis suis

4.erat autem proximum pascha dies festus Judæorum

5.cum sublevasset ergo oculos Jesus et vidisset quia multitudo maxima venit ad eum dicit ad Philippum unde ememus panes ut manducent hii

6.hoc autem dicebat temptans eum ipse enim sciebat quid esset facturus

7.respondit ei Philippus ducentorum denariorum panes non sufficiunt eis ut unusquisque modicum quid accipiat

8.dicit ei unus ex discipulis ejus Andreas frater Simonis Petri

9.est puer unus hic qui habet quinque panes hordiacios et duos pisces sed hæc quid sunt inter tantos

10.dixit ergo Jesus facite homines discumbere erat autem fænum multum in loco discubuerunt ergo viri numero quasi quinque milia

11.accepit ergo panes Jesus et cum gratias egisset distribuit discumbentibus similiter et ex piscibus quantum volebant

12.ut autem impleti sunt dixit discipulis suis colligite quæ superaverunt fragmenta ne pereant

13.collegerunt ergo et impleverunt duodecim cofinos fragmentorum ex quinque panibus hordiaciis quæ superfuerunt his qui manducaverunt

14.illi ergo homines cum vidissent quod fecerat signum dicebant quia hic est vere propheta qui venturus est in mundum

15.Jesus ergo cum cognovisset quia venturi essent ut raperent eum et facerent eum regem fugit iterum in montem ipse solus.



Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/vulgata-latina-vs-biblia-ave-maria/evangelium-secundum-ioannem/6/. Acesso em 8 mar. 2025.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Tomás antônio GONZAGA - LIRA IV



LIRA IV

Amor por acaso
a um pouso chegava,
aonde acolhida
a Morte se achava.

Risonhos e alegres,
os braços se deram,
e as armas unidas
num sítio puseram.

De empresas tamanhas
cansados já vinham,
e em larga conversa
a noite entretinham.

Um conta que há pouco
a seta aguçada
em uma beleza
deixara empregada.

Diz outro que as flechas
cravara no peito
de um grande, que teve
o mundo sujeito.

Enquanto das forças
cada um presumia,
seus membros já lassos
o sono rendia.

Dormindo tranquilos,
a noite passaram,
e inda antes da aurora
com ânsia acordaram.

— É tempo que o leito
deixemos, ó Morte -
Amor, já erguido,
falou desta sorte.

— É tempo, - em reposta
a Morte repete -
que à nossa fadiga
dormir não compete.

As armas colhamos,
voltemos ao giro:
cada um a seu gosto
empregue o seu tiro.

Vão, inda cos olhos
em sono turbados,
ao sítio em que os ferros
estão pendurados.

Amor para as setas
da Morte se enclina; *
de Amor logo a Morte
co'as flechas atina.

Oh! golpes tiramos!
oh! mãos homicidas!
são tiros da Morte
de Amor as feridas.

De um sonho, que pinto,
Marília, conhece
se amor, ou se morte
esta alma padece.

* cf original

GONZAGA, Tomás  Antônio. Lira IV. In: Marília de Dirceu. Barueri/SP: Ciranda Cultural, 2008, P.102-103

terça-feira, 4 de março de 2025

Delvanir LOPES - Meio

Meio

 

Ao meio dia,
quando a sombra se esconde sob os pés,
sou só luz.
Talvez o outro não exista
para alterar os pensamentos.
 
À meia noite
quando nada veem os olhos abertos,
penso para saber que existo.
Talvez a manhã chegue
para iluminar o esquecimento.
 
Ao meio-dia
o tempo é sagrado,
não há ecos, não há vozes.
O silêncio, que parece eterno,
se desfaz num respiro.
 
À meia noite,
quando as vozes viajam no mistério,
sinto o sangue viajando no corpo,
ouço os respiros chegando no ar.
Toco o que não vejo
deslizando os dedos lentamente;
dou o passo sempre inseguro
na direção que não sei onde conduz.
 
Ao meio dia
sou o vigor do corpo que o sol começa a derreter.
Mas tanta luz cega os olhos despreparados,

queima as retinas e engana as ideias ...
escurece o claro.
No meu corpo o tempo caminha,
as sombras escondidas ganham vida,
vão devorando, lentamente, a luz,
apagando meu corpo
até que mergulhe na escuridão
e desapareça.


LOPES, Delvanir. Meio. In: Jardim de Concisos . Florianópolis/SC: Bookess, 2015, p. 43-44.

 

 

 

 

 

 


segunda-feira, 3 de março de 2025

Luis Vaz de CAMÕES - soneto 041




Aquela fera humana que enriquece
A sua presunçosa tirania
Destas minhas entranhas, onde cria
Amor um mal que falta quando cresce;

Se nela o Céu mostrou (como parece)
Quanto mostrar ao mundo pretendia,
Porque de minha vida se injuria?
Porque de minha morte se enobrece?

Ora, enfim, sublimai vossa vitória,
Senhora, com vencer-me e cativar-me;
Fazei dela no mundo larga história.

Pois, por mais que vos veja atormentar-me,
Já me fico logrando desta glória
De ver que tendes tanta de matar-me.



Sonetos, de Luís de Camões, p. 8.

Texto-base: CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas de Luís Camões. Direção Literária Dr. Álvaro Júlio da Costa Pimpão.

Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro <http://www.bibvirt.futuro.usp.br> A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo