Meio
Ao meio
dia,
quando a sombra se esconde sob os pés,
sou só luz.
Talvez o outro não exista
para alterar os pensamentos.
À meia
noite
quando nada veem os olhos abertos,
penso para saber que existo.
Talvez a manhã chegue
para iluminar o esquecimento.
Ao
meio-dia
o tempo é sagrado,
não há ecos, não há vozes.
O silêncio, que parece eterno,
se desfaz num respiro.
À meia
noite,
quando as vozes viajam no mistério,
sinto o sangue viajando no corpo,
ouço os respiros chegando no ar.
Toco o que não vejo
deslizando os dedos lentamente;
dou o passo sempre inseguro
na direção que não sei onde conduz.
Ao meio
dia
sou o vigor do corpo que o sol começa a derreter.
Mas tanta luz cega os olhos despreparados,
queima as retinas e engana as ideias ...
escurece o claro.
No meu corpo o tempo caminha,
as sombras escondidas ganham vida,
vão devorando, lentamente, a luz,
apagando meu corpo
até que mergulhe na escuridão
e desapareça.
quando a sombra se esconde sob os pés,
sou só luz.
Talvez o outro não exista
para alterar os pensamentos.
quando nada veem os olhos abertos,
penso para saber que existo.
Talvez a manhã chegue
para iluminar o esquecimento.
o tempo é sagrado,
não há ecos, não há vozes.
O silêncio, que parece eterno,
se desfaz num respiro.
quando as vozes viajam no mistério,
sinto o sangue viajando no corpo,
ouço os respiros chegando no ar.
Toco o que não vejo
deslizando os dedos lentamente;
dou o passo sempre inseguro
na direção que não sei onde conduz.
sou o vigor do corpo que o sol começa a derreter.
Mas tanta luz cega os olhos despreparados,
queima as retinas e engana as ideias ...
escurece o claro.
No meu corpo o tempo caminha,
as sombras escondidas ganham vida,
vão devorando, lentamente, a luz,
apagando meu corpo
até que mergulhe na escuridão
e desapareça.
LOPES, Delvanir. Meio. In: Jardim de Concisos . Florianópolis/SC: Bookess, 2015, p. 43-44.
Nenhum comentário:
Postar um comentário