Quando os
últimos lumes apagarem suas velas
e
pousarem, vagos, nas palavras já mortas ...
para
sonhos e devaneios no silêncio,
as imagens
serão memória.
Centelhas,
pedaços de lembranças
apagando e
acendendo, intermitentes,
em
zigue-zagues,
repousarão
nas negras árvores.
Antes que
as palavras desistam de renascer
ou as
ideias prefiram o esquecimento,
busque, na
senda, a seta da clareira,
lá onde o
fogo da luz passeia
até ser
aspirado pelo corpo
e dar lume
aos pensamentos.
Acenda a
lanterna enquanto voa
e espalhe
as fagulhas!
Que os
mistérios da noite se desvelem
com sua
alma iluminada
se
inclinando sobre o silêncio dos campos,
dos
cantos, das margens.
Noctiluz.
lopes, delvanir. noctiluz. in jardim de concisos. florianópolis: bookess, 2015, p. 45-46.