Essas cruzes toscas que a gente avista às vezes da janela do trem, na volta de uma estrada, são belas como árvores... Nada têm dessas admoestantes cruzes de cemitério, cheias de um religioso rancor.
As singelas cruzes da estrada não dizem coisa alguma: Parece apenas viandantes em sentido contrário.
E vão passando por nós – tão naturalmente – como nós passamos por elas.
Quintana, Mário. Paz. In A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Círculo do livro, 1977, p. 47