quarta-feira, 19 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

COISAS QUE VÊM NA SORTE - Cecília Benevides de Carvalho Meireles


Acredito nos fatos mágicos. Sinto que andamos todos entre mistérios. Entre vultos que não aparecem. Executando ações incompreensíveis. Dizendo só metades de pensamentos. Construindo só pedaços de nossa história.
Pode ser que algum dia venha uma sombra mais sábia, e me leve consigo, por um caminho que ainda não descobri.
E a tua lembrança iria como a ponta de um manto ligando os passos que vão para a frente com o chão que ficou para trás. E o gosto da tristeza seria um anel envenenado na minha boca. de modo que eu não pudesse cantar. Nem falar. Nem sorrir.
***
Mas estou persuadida de que ir ou ficar é o mesmo. Não creio nos tempos. Não creio nos lugares. Não creio nas coisas. Não creio em ninguém. Talvez em mim, unicamente e levemente.
Tudo isto apenas porque sucedeu ficares de olhos fechados. Quem diria! e, ainda que agora os abrisses, tudo seria como está.
Por isso, desconfio que, se alguma sombra vier, eu é que lhe falarei brandamente, com uma linguagem sugestiva: "Não me leves, não. Estou muito feliz aqui. Até o fim dos horizontes, não há nada que me seduza. Nem do outro lado da terra. Nem mesmo acima do céu."

MEIRELES, Cecília. Coisas que vêm na sorte. In:______. Episódio Humano. Rio de Janeiro: Desiderata/ Batel, 2007, p. 88-89.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DESENHOS DE SETEMBRO - Delvanir Lopes

Delvanir (Reghini) Lopes - giz de cera sobre canson

Delvanir (Reghini) Lopes - giz de cera/ nanquim sobre papel texturizado

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ORACIÓN - Rabindranath Tagore

 

Señor: que yo nunca rece para ser preservado de los peligros, sino para alzarme ante ellos y mirarlos cara a cara.
Que no pida la extinción de mi dolor, sino el coraje que me falta para sobreponerme a él.
Que no confíe en aliados en la guerra de la vida sobre el campo de batalla del alma: que sólo espere de mí.
Que no implore, espantado mi salvación, que tenga la fe necesaria para conquistarla.
Dame no ser ingrato: pues a tu misericorida debo mis triunfos.
Y si sucumbo, acude a mí con tu brazo fuerte. Y dame la paz, y dame la guerra!


Rabindranath Tagore

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

VIVER NÃO DÓI



Viver não dói. o que dói

é a vida que não se vive.

Tanto mais bela sonhada,

quanto mais triste perdida.


Viver não dói. O que dói

é o tempo, essa força onírica

em que se criam os mitos

que o próprio tempo devora.


Viver não dói. O que dói

é essa estranha lucidez,

misto de fome e de sede

com que tudo devoramos.


Viver não dói. O que dói

ferindo fundo, ferindo,

é a distãncia infinita

entre a vida que se pensa

e o pensamento vivido.


Que tudo o mais é perdido.


MOURA, Emílio.Itinerário Poético: poemas reunidos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 111.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

UM CANTO DO MUNDO - Delvanir Lopes

https://jpn.up.pt/2012/03/10/porto-velharias-e-antiguidades-um-negocio-de-paixoes/


Deixa-me no meu canto:

canções velhas, vozes antigas que ressoam poeira,

mundo sem chaves, passado sem presente,

todo espera.


Deixa-me no meu mundo:

para que o sonho momentâneo seja eterno,

para que a lágrima sem porquê

e os olhos fechados

embalando o corpo em suaves voos

sejam o prenúncio do paraíso já perdido.


Deixa-me no meu mundo:

sentir vozes, ouvir aromas que não sei quais são,

que não vivi, mas que aprendi com eles a ser felicidade.


Deixa-me no meu mundo

para voltar rarefeito, recriado, alimentado

do que não morre, porque tornou-se para sempre vida.




Lopes, Delvanir . In. Voragem. Virtual Books:Pará de Minas (MG), p. 32-33.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

desenhos - Delvanir Lopes

Delvanir Lopes - giz de cera e esferográfica
junho 2011
Delvanir Lopes - autorretrato - pastel seco e giz de cera sobre canson junho 2011

Delvanir Lopes - pastel oleoso sobre canson

Junho 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

PACTO DE ALMAS

I

PARA SEMPRE





Ah! Para sempre! para sempre! Agora
não nos separaremos nem um dia...
Nunca mais, nunca mais , nesta harmonia
das nossas almas de divina aurora.


A voz do céu pode vibrar sonora
ou do Inferno a sinistra sinfonia,
que num fundo de astral melancolia
minh'alma com a tu'alma goza e chora.


Para sempre está feito o augusto pacto!
Cegos seremos no celeste tato,
do Sonho envoltos na estrelada rede,

E perdidas, perdidas no infinito
as nossas almas, no clarão bendito,
Hão de enfim saciar toda esta sede...


Cruz e sousa. Pacto de almas. In. _____.Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1982, p. 92-93.

terça-feira, 5 de abril de 2011

I HAVE A DREAM

I have a dream, a song to sing to help me cope to anything


if you see the wonder of a fairy tale you can take the future even if you fail


I believe in angels, something good in everything I see


I believe in angels when I know the time is right for me


I 'll cross the stream, I have a dream.




I have a dream, a fantasy to help me through reality and my destination


makes it worth the while pushing through the darkness still another mile


I believe in angels, something good in everything I see


I believe in angels when I know the time is right for me


I 'll cross the stream, I have a dream.




ABBA