Pensei na luz do sol
Que se banhava em minha tez
E na flor que impregnou seu perfume
Em cada parte de meu ser.
Oh sutil favônio
Que foges da minha mão
E escapas do meu olhar,
Prende com tuas garras frágeis
Em mim a felicidade!
Pensei em paisagens longas
Que meus olhos não foram capazes de ver
E nas inúmeras sensações que tive
Ao tocar, ainda que pouco, tua presença.
Oh aragem que, sem direção,
Me levas tão perto de mim
E mostras o profundo que não sei
Ao achar que me conheço!
São sons, delícias, visões,
Que não fiz nem provei.
São ilusões que o vento transporta
Em tua carruagem.
Oh luz que penetras o sonho -
Escuridão, que morres e tudo mostras -
Traze em teu hálito de fogo
As sementes do meu porvir!
Delvanir Lopes. In
Favônio, p. 17-18
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