Quero uma garça verde
revoar com ela, e amparado em suas asas, atingir o azul,
fazer rodopios e pensar que sou eu quem voa
e ser levado nos dedos do vento para qualquer lugar.
Quero uma garça que carregue no bico
sementes de gergelim, férteis, sedentas da criação,
e me deixe ser seu acólito na tarefa de espalhá-las,
sem lugar certo, sem direção;
tomá-las nas mãos e atirar a esmo,
ver os pequenos grãos caindo como chuva
penetrarem nos traços deixados na terra.
Quero uma garça negra,
que voe baixo para que ouça o ruído do solo
engolindo as sementes;
que voe alto para que veja as primeiras folhas
esticando-se para o sol,
e que caminhe nas águas
para que eu entenda a cor do entardecer.
Delvanir LOPES. 15/9/09 - Inéditos
oi, delvanir
ResponderExcluiraqui é maria, irmã do davi. (nos conhecemos em campinas)
estou olhando seu blog com calma, gostei da capa da ponte do tal vez.
abraço
Boa tarde, Maria. Depois de tanto tempo, acabei retomando o blog e encontrei o seu comentário de 9 anos atrás. Puxa, como o tempo é acelerado, não é mesmo? Tudo bem com você?
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