sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

NOCTILUZ - Delvanir Lopes

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Quando os últimos lumes apagarem suas velas
e pousarem, vagos, nas palavras já mortas ...
para sonhos e devaneios no silêncio,
as imagens serão memória.

Centelhas, pedaços de lembranças
apagando e acendendo, intermitentes,
em zigue-zagues,
repousarão nas negras árvores.

Antes que as palavras desistam de renascer
ou as ideias prefiram o esquecimento,
busque, na senda, a seta da clareira,
lá onde o fogo da luz passeia
até ser aspirado pelo corpo
e dar lume aos pensamentos.

Acenda a lanterna enquanto voa
e espalhe as fagulhas!
Que os mistérios da noite se desvelem
com sua alma iluminada
se inclinando sobre o silêncio dos campos,
dos cantos, das margens.


Noctiluz.




lopes, delvanir. noctiluz. in jardim de concisos. florianópolis: bookess, 2015, p. 45-46.

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